quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mais uma história pra contar...

Tenho amigos que me aconselham a virar a página, esta que há quase meio ano insisto em repaginar; amigos que me dizem a todo instante, anda – a vida tem que seguir – e, nesse novo caminho, vá buscar apenas aquilo que é seu. Eu por outro lado, gostaria de esclarecer: não é meramente o medo do novo, aquilo que estar por vir, que finca meus pés aqui, tampouco a dor da despedida o que retarda a minha ida. Talvez isso seja pratico, quando se avista um novo rumo, tendo ele – o rumo – um alicerce “pré-parado”, que garanta segurança além do inerente entusiasmo. Tão logo me disperso, vejo sentido na despedida – a gente só se despede daquilo que não é nosso – algo como um clarão, muito bem percebido, até mesmo por cegos... Nunca por aqueles que vedam os olhos no intuito de não enxergar.

No amanhecer dessa primeira quinta-feira de agosto, enquanto eu tomava meu café e observava o trânsito, da janela da cozinha – embora, eu tenha sentindo saudades “de quando olhávamos juntos à mesma direção” – agradeci por poder avistar, sozinha, uma avenida tão movimentada, – ainda bem que não há o vai e vem dos carros, nessa que não é uma avenida de “mão dupla” – assim, olhando os carros num único sentido, vejo que eles vão, e mesmo que amanhã, transitem novamente por ali, no retorno são obrigados a fazer um caminho diferente; mas foi num gole de café que queimei a minha língua, e não quando chorei e, novamente, admiti: tenho que ir! Mesmo que dá última vez eu tenha pensado e dito que não mais partiria.

Não tenho dúvidas, minha alma é cigana! Essa explicação, nada efêmera, se dá a muitas direções entre tantos desenganos – Bem, se não fosse por essa despedida, esse amor não seria um deles – o que me impulsiona, aliás, a agir como sempre fiz, praticando o desapego. Não tem fundamento fazer um novo e o mesmo juramento, de confiar nos homens. Se a mim mesma eu sempre repliquei baixinho: Não há mesmo aquele a quem posso confiar?! Sim, eu preciso me cuidar para não me tornar egocêntrica diante das ilusões e inocências daqueles que não possuem, nesse âmbito, experiências. Devo direcionar meu olhar, atenta, e não me tornar obsecada por verdades, afinal, que grande mal fez quem a mim foi infiel – se com atos ou omissões, todo mundo o é – eu não sou a dona da verdade; não a alheia, quanto a minha sim, mas a quem mais ela serve além de mim?

Voltando ao que finca os meus pés aqui, ou pelo menos tentava fincar, era a forte sensação daqueles dias, que embora fosse rotina, havia algo que me abastecia de alegria e relutei para que não se transformasse em lembranças... Mas o grande fiasco mesmo foi não perceber, que o homem nada mais é que o acúmulo de seus dias vividos... Ao amanhecer o dia anterior já virou ontem, e o exato não se dá às próximas horas, nem minutos, nem segundos seguintes... O que de concreto tem um homem é aquilo que ele vai deixando para trás. Sim, são as lembranças! Quanto às supracitadas, foram maravilhosas e são minhas! Melhor assim, para quem hoje descobriu aquilo que quer colecionar: “eu vou buscar boas histórias pra contar”.