domingo, 9 de setembro de 2012

SIM! EU TROPEÇO!

Por Maria Monteiro ou Sussumonte

A propriedade com a qual vos falo, não tem a ver com o ar pedante que alguns me atribuem. Desculpem-me se utilizo de muito sarcasmo ao fazer abordagens minuciosas sobre o caos das relações humanas, mas isso todo mundo tem. Assim como também há em mim a capacidade de reconhecer “com humildade” que tomei um baita de um baque.
 Somos puramente emocionais, uns mais outros menos, e a forma como cada um lida com suas frustrações está completamente ligada com o tamanho das perspectivas projetadas em si mesmo e nos outros. Quem confia muito também exige muito, e quando a oferta não atende a demanda restam atribulações. Para dar conta das indagações, alheias e pessoais, não basta o argumento do próprio fracasso. O olhar – às vezes piedoso noutras vezes de desprezo – coage e intriga qualquer indivíduo que tenta se reerguer. Lido com meus fracassos com a mesma percepção das quedas em público. Quem aqui nunca caiu em meio a uma multidão e sentiu muito mais vergonha que  propriamente dor? As crianças são consideradas verdadeiras e elas têm muito disso, os adultos têm uma mania de fingir, e pensar que não devem se constranger e se sentir derrotados nunca. Ora, se estivéssemos reclusos numa ilha além de não haver plateia não estaríamos inclusos nesse grande jogo de perdas e ganhos que se dá à vida em sociedade. Mas a vida para muitos acontece aqui e agora, embora muitos estejam vivendo obrigados, falarei por mim: Sou apaixonada que pela vida e acho que superar é o eterno desafio humano. Reestruturar as ideias após um baque é tarefa que todo mundo que tropeça tem de fazer. Uns até se corrompem e se perdem no palco da vida; eu levanto todos os dias em busca do autoconhecimento tentando me aprimorar na condição de SER HUMANO – essa ideia de HUMANO ser um ANIMAL RACIONAL confronta e entrelaça “ A má intenção dos intelectuais espertos & As emoções dos mais sensíveis”, pois ao invés de unir os termos na semântica “AQUELE QUE RACIOCÍNA” utiliza-se da dicotomia “apesar de sermos RACIONAIS somos ANIMAIS” o contrario também ocorre – meu caminhar é lento, porém nem sempre cauteloso, muitas vezes eu tropeço. Não sei dançar, mas concordo com a frase de Fernando Pessoa que diz: temos de fazer da queda um passo de dança.