domingo, 23 de maio de 2010

Reforma psiquiátrica: “É bom pra quem"?

por Nayana(Nay) Pedrosa
segunda-feira, 17 de maio de 2010

Na disciplina de psicopatologia temos que realizar anamnese, que é um tipo de entrevista, com os internos do Hospital Ulysses Pernambucano. Geralmente eles respondem oralmente, porém, teve um que se sentia melhor escrevendo do que falando. Uma estudante, no entanto, ficou insistindo para que ele falasse já que desse jeito era o melhor. Aí, ele perguntou: é melhor pra quem? Pra mim ou pra você? Esse fato pode parecer sem importância pra muita gente ou pode ser um exemplo de como é difícil entender que os/as loucos/as [ou as pessoas que sofrem de transtornos mentais] também são pessoas que não precisam, necessariamente, viver isoladas do mundo num hospital psiquiátrico ou que não podem falar/decidir sobre si e/ou seu “tratamento”. O saber psiquiátrico, além de classificar os transtornos, também divide as pessoas em dois grupos: as que possuem liberdade de ir e vir, pois se enquadram nos parâmetros de racionalidade e as que, por um motivo dito exclusivamente orgânico, não são racionais e não devem transitar entre/com as que são. A reforma psiquiátrica vem justamente questionar essa segregação e, consequentemente, a privação da liberdade dos/as loucos/as. É melhor pra quem que haja um determinado tipo de tratamento que exclui a loucura do cotidiano? Para a sociedade que se angustia e se sente ameaçada pelas subversões da loucura ou para os loucos/as que perdem seus laços sociais e a liberdade de ir e vir? Amanhã, 18 de maio, é o dia da luta antimanicomial, um movimento que pretende construir um outro modelo de atenção para a loucura e os transtornos mentais. Um modelo que procura ser mais tolerante com os que sofrem e que também procura resgatar [ou criar] a idéia de que os/as loucos também são sujeitos

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Verde e Amarelo (e azul, e branco)...



Vivemos um momento de expectativa excitante, o momento em que nós brasileiros, transformamos nosso mundo numa bola de futebol...
Daqui pra frente será assim: as cores verde, amarelo, azul e branco tomarão as ruas do nosso Brasil. E quem não gostar de copa do mundo bom “sujeito brasileiro” não é! Somos tão críticos (rsrsr), mas não vamos criticar a lista dos jogadores selecionados por nosso técnico DUNGA, a lista foi divulgada na ultima terça feira à tarde – eu não ousaria; até mesmo porque sou mulher, não entendo patavina de futebol, mas de uma coisa eu entendo, entendo de copa do mundo, de um modo geral quando o assunto é copa, eu entendo! – E nós, mulheres, sabemos da postura que devemos ter diante dos homens na hora do jogo, quer seja num bar ou em casa mesmo. A situação requer o seguinte: entrar muda, gritar GOOOOL e sair calada. Nessas horas, a mulher, assim como todas as outras coisas, torna-se para o homem algo divinamente nanico e insignificante. Mas certamente, nós mulheres não ficaremos tristes por isso, afinal o Kaká continua na lista dos convocados e estamos falando mesmo é de COPA DO MUNDO, e para tantos, nesse momento, somos todos brasileiros, com um motivo nato de comemoração: ver nossa seleção jogar. Apesar de o momento reviver as cores de nossa bandeira, devemos esquecer o amarelão que alguns dos jogadores de copas passadas tiveram, é hora de cruzar os dedos ficar na torcida.
Quando, nas ruas do nosso Brasil, os jovens, as crianças, os idosos, toda nossa gente se reuni... Quando adoramos ser brasileiros... Quando deixamos à mostra emoção e o orgulho através de caras pintadas e vestes nas cores de nossa bandeira. Quando esses sintomas aparecem – é tempo de COPA DO MUNDO – em dias assim não somos apenas “BRASIL”, somos também “BRAZIL”, desencadeia-se um desejo de conquistar o primeiro lugar no mundo - Adoramos dias de COPA DO MUNDO, adoramos torcer por nossa seleção.
Vamos ser novamente BRASIL e BRAZIL!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Médio pensamento, contínuo...

Interna Mente...
por Sussumonte

Ontem, fiquei impedida de sair de casa por causa de uma crise existencial. Com medo de ficar perdida nas ruas, sem direção, ou, pior ainda, sem saber como retornar à minha casa. Preferi não arriscar em ir à casa de D. Gigi a quem por sinal, devo minhas desculpas – Perdoe-me D. Gigi, espero que essa atitude tenha sido inócua (palavra usada de acordo com o nível intelectual de D. Dona Gigi), o bom é que a iniciativa foi oportuna, afinal isso a motivou a fazer aquela faxina, pena que eu não pude sujar o seu xaxim – a propósito, passado "os maus bocados" devo agradecer a minha crise existencial por ter me rendido esse texto.
...Quando falamos de solidão, num primeiro olhar, ao molde formal, logo imaginamos um “ser que vive só, sem alguém”. No entanto, com um pouco mais de afinco, é possível, perceber-se só em meio à multidão. Sem ser necessário procurar outro significado, de maneira mais explícita, ocorre-nos que a solidão aconteça na ausência de “alguém em específico” – sendo por essa e outras razões, chego novamente à conclusão que alguns sinônimos “tanto de palavras, quanto de pessoas” devam ser sempre revistos –, é realmente abusivo afirmar que uma pessoa vive numa solidão porque vive só; quando na verdade, ausentando-se o primeiro caso, ela pode estar bem melhor acompanhada, por si mesma, que por muitos que a circunde.
A solidão não é “gentil”, mas é bem companheira. Ela nos trás tristezas e remete-nos a uma saudade melancólica. Ela nos causa a falsa impressão que necessitamos de algo ou alguém, de preferência que não esteja por perto naquele momento. Ela nos deixa numa crise existencial sem sabermos quem são, e aonde estão nossos amigos. Ela mastiga nossa autoestima e faz aquela frase – Eu me basto! – parecer uma das frases mais idiotas que você já ouviu em toda sua vida. Seja na ociosidade ou no excesso ela pode lhe acometer. Não é por acaso que a solidão é um dos males que mais aflige o ser humano.
- Por incrível que pareça, apesar de ter muitos amigos e amores, algumas tardes (mesmo aquelas de céu azul e sol forte) são, para mim, escuras como a noite. Ainda bem, que se trata de uma exceção. Sinceramente? - Odeio os feriados quando estou desacompanhada, nessas horas eu descubro o quanto “eu não me basto!” Até mais.