terça-feira, 7 de maio de 2013

Tomate Neles...

Por Maria Monteiro
...Porque no Brasil os homossexuais, e os tomates, e Eu... Eu me pergunto: por que nasci Bissexual? Por quê? Eu bem que podia ser homossexual, apenas... E você deve estar se perguntando: por que você não nasceu heterossexual? Por quê? Você bem que podia ser NORMAL, apenas... E os tomates? Por que estão “pela hora da morte?” Se eles nascem na roça, ou num quintal qualquer? E por quê? Por que eles nascem verdes e quando ficam maduros, tornam-se vermelhos? Se é “o verde” do sinal de trânsito que nos indica quando podemos avançar à partida? Por que não plantamos nossos tomates? Por que não colhemos tomates maduros, vermelhos como todo sangue... Por que não os jogamos na “cara” do preconceito e de toda essa falta de respeito uns com os outros?
E por que você ainda está se perguntando se é mesmo verdade... Se essa que vos escreve, disse mesmo ter nascido BISSEXUAL? Ora, se no Brasil HOMOSSEXUAL tem se tornado um novo gênero e os tomates a cada dia mais valiosos... Qual a melhor bobagem – ou verdade – vos interessa?

CHAMA-(se) AMOR

Por Maria Monteiro

Embora meu café tenha esfriado não me apercebi das horas que se passaram, e como prova de minha indulgência lamentei o desperdício do pó e do tempo que perdi. Durou uma esfriada de café, se bem que o café, já frio, pode estar ali em descanso há dias... Que diferença faz o tempo, se já se faz frio? Morno; quente; isso importa mesmo ao café, ou a mim? As temperaturas não dependem da gente, não é mesmo? Eu me aqueço, fervo... Por uma chama. Chama-se: AMOR! Não é a mesma que faz do café quente; essa é mais ardente, queima! E de tão insistente que é, essa chama que me aquece chega a torrar a minha paciência, quando penso que será reduzida a cinzas, ela consegue com pequenas fricções espalhar faíscas...
Minha cabeça anda a mil: cafeína; Renato; AMOR; desamor; Beirut; suco de uva; busca do pote de ouro no fim do arco-íris; insônia; olheiras; sombra; luz; uma imensa vontade de voar de asa-delta; a literalidade do jornal da meia noite – às boas notícias do mundo que não chegam -; E eu, que não viro notícia!