terça-feira, 28 de julho de 2009

LIBERDADE

por Sérgio Muniz

Fragmentos de um conceito

A liberdade costuma ser do tamanho da nossa ambição e necessidades temporais. Para um exilado político, Liberdade se iniciaria em conceito como a autorização legal pra se expressar livremente, para um aventureiro, é por uma mochila nas costas e sair por aí explorando países exóticos, para muitos jovens, liberdade é poder namorar e se relacionar com quem quiserem. Enfim, a Liberdade é do tamanho da nossa Córion.
Sim, era uma crítica. As pessoas estão em sua grande maioria equivocadas com seus desejos e costumeiramente tropeçam nas próprias afirmações num espaço de tempo às vezes, imperdoável para elas mesmas. Amam o amor quando deveriam amar quem lhes conduziu até ele num colorido zepelim; Amam a paixão quando deveriam amar quem a trás nas mãos com um sorriso bobo no rosto; Ardem e urgem pela eternidade quando não conseguem viver com beleza as suas míseras vidas; Sonham abraçar o infinito enquanto são incapazes de abraçar com força seus próprios irmãos. Muitos desejam coisas que não estão capacitadas a viver e administrar, são como uma mimada criança, puro capricho infantil. Não importa o tamanho da nossa prepotência, a eternidade, como bem sabemos, acaba sempre por abraçar tudo. Quer conhecer alguém de verdade? Prive-o de seus desejos, veja o que resta de um homem ausente de seus próprios desejos, parece impossível, mas acredite, não é. Ao observar os nossos próprios escombros, sabemos quem de fato somos e do que somos capazes diante das nossas ínfimas limitações, muitas vezes não é nada bonito o que se vê.
Poetas? São arrogantes estúpidos, como este aqui que vos fala. Os melhores poetas que eu conheci nunca escreveram uma linha sequer. Sabe, era disso que no fundo eu divagava talvez, viver uma poesia e não escrevê-la. Eu escrevi recentemente uma composição que denominei de “A negativa da alma” que vem a complicar e esclarecer todo este caos filosófico, amarga pureza de uma criança de trinta anos, mas tem seus bons momentos. Indico caso não tenho lido ainda, a trilogia ”Os caminhos da liberdade” De Sartre, um Romance muito interessante que mostra o quanto a Liberdade pode ser frustrante.
Espero ter esclarecido algo sobre minhas afirmações, não confio nas palavras em papel timbrado. Inventamos a liberdade para buscá-la, e essa busca tornar-se para muitos, a maior das prisões da alma.


Grata!

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