terça-feira, 7 de maio de 2013

CHAMA-(se) AMOR

Por Maria Monteiro

Embora meu café tenha esfriado não me apercebi das horas que se passaram, e como prova de minha indulgência lamentei o desperdício do pó e do tempo que perdi. Durou uma esfriada de café, se bem que o café, já frio, pode estar ali em descanso há dias... Que diferença faz o tempo, se já se faz frio? Morno; quente; isso importa mesmo ao café, ou a mim? As temperaturas não dependem da gente, não é mesmo? Eu me aqueço, fervo... Por uma chama. Chama-se: AMOR! Não é a mesma que faz do café quente; essa é mais ardente, queima! E de tão insistente que é, essa chama que me aquece chega a torrar a minha paciência, quando penso que será reduzida a cinzas, ela consegue com pequenas fricções espalhar faíscas...
Minha cabeça anda a mil: cafeína; Renato; AMOR; desamor; Beirut; suco de uva; busca do pote de ouro no fim do arco-íris; insônia; olheiras; sombra; luz; uma imensa vontade de voar de asa-delta; a literalidade do jornal da meia noite – às boas notícias do mundo que não chegam -; E eu, que não viro notícia!

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