segunda-feira, 3 de maio de 2010

Médio pensamento, contínuo...

Interna Mente...
por Sussumonte

Ontem, fiquei impedida de sair de casa por causa de uma crise existencial. Com medo de ficar perdida nas ruas, sem direção, ou, pior ainda, sem saber como retornar à minha casa. Preferi não arriscar em ir à casa de D. Gigi a quem por sinal, devo minhas desculpas – Perdoe-me D. Gigi, espero que essa atitude tenha sido inócua (palavra usada de acordo com o nível intelectual de D. Dona Gigi), o bom é que a iniciativa foi oportuna, afinal isso a motivou a fazer aquela faxina, pena que eu não pude sujar o seu xaxim – a propósito, passado "os maus bocados" devo agradecer a minha crise existencial por ter me rendido esse texto.
...Quando falamos de solidão, num primeiro olhar, ao molde formal, logo imaginamos um “ser que vive só, sem alguém”. No entanto, com um pouco mais de afinco, é possível, perceber-se só em meio à multidão. Sem ser necessário procurar outro significado, de maneira mais explícita, ocorre-nos que a solidão aconteça na ausência de “alguém em específico” – sendo por essa e outras razões, chego novamente à conclusão que alguns sinônimos “tanto de palavras, quanto de pessoas” devam ser sempre revistos –, é realmente abusivo afirmar que uma pessoa vive numa solidão porque vive só; quando na verdade, ausentando-se o primeiro caso, ela pode estar bem melhor acompanhada, por si mesma, que por muitos que a circunde.
A solidão não é “gentil”, mas é bem companheira. Ela nos trás tristezas e remete-nos a uma saudade melancólica. Ela nos causa a falsa impressão que necessitamos de algo ou alguém, de preferência que não esteja por perto naquele momento. Ela nos deixa numa crise existencial sem sabermos quem são, e aonde estão nossos amigos. Ela mastiga nossa autoestima e faz aquela frase – Eu me basto! – parecer uma das frases mais idiotas que você já ouviu em toda sua vida. Seja na ociosidade ou no excesso ela pode lhe acometer. Não é por acaso que a solidão é um dos males que mais aflige o ser humano.
- Por incrível que pareça, apesar de ter muitos amigos e amores, algumas tardes (mesmo aquelas de céu azul e sol forte) são, para mim, escuras como a noite. Ainda bem, que se trata de uma exceção. Sinceramente? - Odeio os feriados quando estou desacompanhada, nessas horas eu descubro o quanto “eu não me basto!” Até mais.

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