quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Título: Pra que título?


Ontem à noite... (talvez sirva esse)
[...] Qualquer dia desses morrerei de TPM. Agora ela me ocorre "pré e pós" o ciclo menstrual. Talvez, porque esteja deixando de ser um estado pra torna-se uma permanência. Deus me livre! O que me abate não é o humor-negro, mas a falta de cor desses dias(não santos).

Saí do quarto de ponta de pé, deixei entreaberta a porta "porque na verdade é assim que sempre a deixo", mas dessa vez, lembrei de apagar a luz "isso raramente acontece"; procurei a garrafa térmica pra tomar um café, mas a cozinha estava muito longe e parecia imensa, sorte minha "o café iria piorar ainda mais a minha maldita insônia". Então, se não quero retarda meu sono, melhor abrir uma garrafa de vinho, colocar meu DVD de Beirut que acabei de baixar e relaxar. Gosto de madrugadas! Elas, quando não são frias, são amenas, nossos corpos tendem a respeitar o espírito; e eu reflito:

Em junho desse ano, próximo ao meu aniversário, vi meu céu mudar de cor. Não é que o cinza não me agrade, afinal, ainda assim, há tantos pássaros no ar, mas o fundo azul parece combinar melhor com a leveza de "nossas" asas. Um vendedor de coco (amigo meu) disse que em dias assim as vendas (o consumo) são menores. Depois de "perde o azul", eis que ele ainda fica no vermelho. Não sei se alguém já teve, a mesma impressão que eu tenho: lembro-me que desde a infância tenho desses dias (cinzas), a sensação que morreu alguém (assim como tenho a sensação que eles são mais extensos), mas todos os dias, e a todo instante morre alguém, bem como a quantidade de horas de um dia é sempre a mesma. Agora que tomo minha terceira taça de vinho (tinto), agradeço a transparência do cristal, agradeço ter escolhido no supermercado o tinto ao branco, porque assim vejo cor; e na verdade o branco, de branco mesmo, não tem nada, "transparente", isso sim! Por falar em transparência: eu pretendo nunca mais escrever um texto assim, um texto que fale apenas de mim, porque não é assim que sou, se deveria ser, esqueçam! Tenho rótulo grosseiro. Voltando lá (o dia em que o céu mudou de cor), desde então não consigo dormir direito, passo o dia todo sem querer olhar pra ele (o céu), sem querer ver seu cinza. Eu sei que a noite nasceu pra terminar, mas meu dia não quer nascer. Eu também sei que as cores estão lá, mas pensando bem, nesse caso, “imagem é nada”, sensação é tudo. Por isso, no escuro dessa noite que se vai, ficarei com a minha “provisória” melancolia, ao som folk de Beirut.

Quanto aquilo que tirou a cor dos meus dias... Outro dia conto, através de um conto, ou quem sabe ainda um canto... Hoje estou um tanto quanto tonta. Com mais uma taça, a insônia se despedirá de mim! E de vocês, despeço-me agora: Boa noite!

Um comentário:

  1. Lendo esse teu texto fiquei a lembrar daquele comentário sobre os fins de tarde..." fim de tarde cinza,porque cinza está meu coração"...mas o seu, está um tremedo arco-íris...basta descortinar...quantas vezes estamos a dormir com a cortina fechada,aquela penumbra e lá fora um sol multicor banha abundantemente os corações de cinza chumbo...é amiga...tem que abrir a cortina...um vinho ajuda,um papo ajuda,coragem...vamos descortinar...Malu

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