quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sete "ViDas"...

Dois gatinhos
Sete aninhos...
Há de se doar, mesmo sendo minha a recompensa...

Kaká e Escondidinho de Charque,(parabéns amanhã e sempre).
Love Mom!

Um comentário:

  1. Em abril chegam os gatos: à frente
    o mais antigo, eu tinha
    dez anos ou nem isso,
    um pequeno tigre que nunca se habituou
    às areias do caixote, mas foi quem
    primeiro me tomou o coração de assalto.
    Veio depois, já em Coimbra, uma gata
    que não parava em casa: fornicava
    e paria no pinhal, não lhe tive
    afeição que durasse, nem ela a merecia,
    de tão puta. Só muitos anos
    depois entrou em casa, para ser
    senhor dela, o pequeno persa
    azul. A beleza vira-nos a alma
    do avesso e vai-se embora.
    Por isso, quem me lambe a ferida
    aberta que me deixou a sua morte
    é agora uma gatita rafeira e negra
    com três ou quatro borradelas de cal
    na barriga. É ao sol dos seus olhos
    que talvez aqueça as mãos, e partilhe
    a leitura do Público ao domingo.


    "Acerca dos gatos"

    Eugénio de Andrade

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